Vá ter com a formiga, ó preguiçoso! Observe os caminhos dela e seja sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no verão prepara a sua comida, no tempo da colheita ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando vai ficar deitado? Quando se levantará do seu sono? Um pouco de sono, um breve cochilo, braços cruzados para descansar, e a sua pobreza virá como um ladrão, a miséria atacará como um homem armado.
Introdução
O trabalho é algo que dignifica o homem. Ele é estabelecido e abençoado por Deus. Engana-se quem pensa que o trabalho seja fruto do pecado, a final de contas, mesmo antes da Queda de Adão o trabalho já fazia parte do seu dia a dia.
O trabalho só ganhou um peso de labor e fadiga porque, após a Queda do homem, “ter o pão de cada dia” passou a ser resultado de um esforço físico e mental, além da constante lembrança da urgente necessidade do sustento.
É verdade que para nós cristãos, além desse esforço físico e mental, também contamos com a graça de Deus que nos capacita com vigor e saúde, além de ser Aquele que abre as portas, como também prospera nossas vidas. Também é verdade que até para realizarmos obra do Senhor somos chamados de “trabalhadores” de Sua seara. A realidade é que ainda tem muitos que não compreenderam o valor do “trabalho” para a vida do homem e a sua contribuição essencial para que se tenha a provisão.
Muitos filhos de uma geração de pais modernos não sabem o que é lavar uma louça, varrer uma casa, arrumar os lençóis da cama que dormiram e ajudar nas demais tarefas rotineiras do lar. Esses mesmos filhos crescerão mais tarde com a sensação de que tudo vai chegar muito fácil em suas mãos e que nada vai lhes faltar porque seus pais modernos estarão sempre lá. Porém, ao chegarem lá – se conseguirem chegar lá, esses filhos que cresceram aprenderão o valor, a necessidade e o esforço que o trabalho exige e descobrirão que tudo o que receberam de seus pais modernos veio com essas prerrogativas.
É tempo de pensarmos sobre essas e outras coisas para nossos filhos. O mundo ensina que essa geração é diferente da que passou, pois os tempos mudaram e as coisas avançaram. Mas, eu continuo observando que ainda existem as mesmas necessidades que antes, portanto, o “trabalhar” para sustentar a si e seus dependentes ainda é atual e sempre será.
A bíblia não deixa de pontuar sobre esse assunto. Ela leva tão a sério essa necessidade que chama de “preguiçoso” o que deseja apenas o “cochilo e descanso” enquanto cruza os braços diante das necessidades que batem à porta. A seriedade se torna ainda maior quando uma realidade é exposta dizendo que, essa preguiça, resultará em pobreza e miséria, além de sua surpreendente chegada, assim como um ladrão.
Um exemplo é dado pelo sábio Salomão para que tenhamos uma motivação pedagógica sobre a importância, urgência e como fazer esse “trabalho”. A formiga, um inseto tão pequeno e quase imperceptível têm muito a nos ensinar. Elas não têm chefe, nem oficial e nem comandante, ainda assim, no verão prepara e ajunta a sua comida, pois sabe a época devida para fazer a sua colheita.
O sábio nos convida a observador o exemplo dessas que, incansavelmente, trabalham; e não fazem isso buscando fadigar-se o resto da vida, acabando com o resto de vida que tem; mas, assim o fazem, visando um tempo de descanso, pois isso também é ensinado pelas Escrituras (Gn 2.1-3).
O reverendo Hernandes Dias Lopes (2016, pág. 114-115), comenta está passagem dizendo o seguinte:
O preguiçoso é tratado aqui como uma pessoa cujo único objetivo é dormir e desfrutar os deleites do descanso. Ele quer apenas os confortos da vida, e não o peso da responsabilidade. Quer apenas desfrutar as benesses da existência, e não a labuta do trabalho pesado. Quer apenas desfrutar da farta colheita do sono, sem ter semeado diligentemente com o suor do seu rosto. O preguiçoso anda cansado e tem necessidade de dormir. O trabalho para ele é castigo. <...> A herança dos preguiçosos é a pobreza. Na crise, faltar-lhes-á o necessário, porque, quando todos estavam trabalhando e fazendo sua reserva, os preguiçosos estavam dormindo. <...> Quem cruza os braços para trabalhar e quer apenas gozar os benefícios do sono, sem o peso do trabalho, enfrentará pobreza. <...> A formiga não passa fome no inverso porque laboriosamente ajuntou sua provisão na ceifa. Mas, o preguiçoso desfruta os deleites do sono enquanto os trabalhadores, com fadiga e suor no rosto, sofrem as agruras do sol e o desconforto das chuvas. Porém, no dia da crise, aqueles que se preveniram desfrutarão do trabalho de suas mãos, mas o preguiçoso passará necessidade.
Que sejamos despertados para a urgente necessidade e que tenhamos disposição e entendimento de que o trabalho também glorifica a Deus. Amém!
Bibliografia
Lopes, Hernandes Dias. Provérbios: manual de sabedoria para vida / Hernandes Dias Lopes – São Paulo, SP: Hagnos, 2016.
Bíblia de Estudo NAA. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2019.
https://youtu.be/bs_S_jrSZJA
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