Introdução
Em tempos de pandemia, com a qual estamos vivendo, não tem como “não pensar” na segunda vinda de Jesus. Muitos tem falado sobre isso. Muitos tem tentado prever o dia exato deste evento, tentando fazer uma leitura e interpretação do que tem acontecido à nossa volta. Há aqueles que acham que Jesus já veio e levou os seus escolhidos, e que nós ficamos para trás.
O que pensar em tempos como esse? Que conclusões podemos assumir, diante de tanta calamidade por causa do coronavírus, sem falar na crueldade e corrupção do homem, que ficamos chocados todos os dias com as notícias nos jornais? Como ainda manter esperança em tempos como esse?
Só existe uma resposta para todas essas perguntas: Paciência! É com ela que poderemos demonstrar a nossa fé em tempos como esse. A fé, demonstrada em nossa paciência, perseverança e confiança no Senhor, resultará em consolo, esperança e alegria em nosso coração; ela nos dará a certeza, como disse Jó, de que o nosso “...Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25 ).
Essa “paciência” não pode se ausentar da vida cristã. Embora as tragédias, mortes, dor e sofrimentos nesta vida, nada pode, como disse o apóstolo Paulo aos Romanos, “...nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.39). Portanto, sejamos “...pacientes até a vida do Senhor...” (v.7).
É desta maneira que Tiago nos convida a viver e suportar os sofrimentos do tempo presente, pois o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão; Ele mesmo diz: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mt 24.35). Portanto, podemos esperar! Podemos ter paciência! Podemos exercer a nossa fé, enquanto praticamos as boas obras.
Nos versículos 1 ao 6, Tiago falou severa e diretamente aos ricos, chamando-os ao arrependimento. Tiago pede que eles chorem e lamentem por seus muitos erros ao acumularem riquezas à custa dos salários retidos de seus trabalhadores, que agora clamam à Deus por justiça. Tiago ainda diz que sobre a vida deles virão desgraças e juízo da parte de Deus.
É neste momento que Tiago fala de maneira consoladora e exortativa ao mesmo tempo, diretamente aos seus irmãos em Cristo, chamando-os terem um pouco mais de paciência, até a vinda do Senhor – que por sinal, como ele diz, “...está próxima” (v.8).
A atenção de Tiago passa dos ricos para os pobres; dos opressores e perversos para os justos e oprimidos; da presunção para a paciência. Tiago traz uma palavra encorajadora aqueles irmãos, ensinando que ao invés reagirem, deveriam exercer sua fé com paciência, perseverança e confiança em Deus, pois ele é o justo juiz e “...está às portas” (v.9). Eles são ensinados a ter paciência, sabendo que é a Deus que estão servindo e que é dele que vem a recompensa.
Nesta passagem, Tiago apresenta a maneira como cada cristão deve se comportar diante dos ataques do diabo e das lutas que tão de perto os assolam; além de também dar alguns exemplos de paciência, fé e perseverança, e falar da vinda do Senhor Jesus, que acontecerá em breve. Vejamos:
i. Como cristãos devem reagir em meio a opressão e grandes lutas.
sejam pacientes – v.7;
fortaleçam o coração – v.8;
Não se queixem uns dos outros – v.9;
Tomem os profetas como exemplo – v.10;
Sejam perseverantes – v.11.
ii. O exemplo da paciência do lavrador – v.7.
lança a semente;
prepara o solo (lavrador);
Espera: cair as chuvas (primeiras e ultimas). A Escritura fala frequentemente das chuvas temporã e da chuva serôdia, porque na Palestina elas eram de suma importância para o agricultor;
Aguarda com paciência o precioso fruto da terra;
iii. Até quando é exigida o exercício da paciência na vida cristã?
até a vinda do Senhor – v.7;
A vinda do Senhor está próxima – v.8;
Eis que o juiz está às portas – v.9;
O exemplo da paciência dos profetas: falaram em nome do Senhor (dando ideia de que se passou muito tempo desde então, e ainda não chegou ao fim) – v.10;
O exemplo da paciência de Jó: o Senhor fez com que tudo acabasse bem – v.11a;
O Senhor é cheio de misericórdia e compaixão – v.11b;
Aplicação
Podemos extrair três lições importantes desta passagem a respeito do “porquê” precisamos exercer a paciência como resultado de nossa fé em ação. Vejamos:
Porque a paciência nos manterá esperançosos e confiantes quanto à chegada de nosso Senhor Jesus, que está próxima;
Porque, com a paciência, teremos condições de manter, na prática, o exercício dos dons que edificam e promovem a comunhão dos demais membros do corpo de Cristo, ao invés de dividi-lo;
Porque, por meio de uma fé perseverante, a paciência possibilitará corações rendidos diante do Senhor e todos seus atributos grandiosos, inclusive a sua misericórdia e compaixão.
O dia do Senhor está próximo meus queridos irmãos. Ele tem ouvido o clamor de seus filhos e cumprirá a sua promessa de buscar e nos levar pra junto dele; é necessário, portanto, que sejamos pacientes até a vinda do Senhor! Amém.
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