Uma base doutrinária sobre a qual podemos construir nossas vidasIntrodução
O que mais temos visto no mundo, nesse tempo, são pessoas que professam uma fé, mesmo que vaga, em alguma coisa e com isso, se intitulam cristãs. O significado do cristianismo não tem sido bem conhecido e defendido pela igreja de hoje, muito menos por aqueles que são responsáveis pela pregação do evangelho da graça de Deus.
Quando pensamos em “vida cristã” em nossos dias, não temos de forma clara e objetiva uma definição do que se trata. Olhando para as pessoas que enchem os templos não temos uma certeza plena se de fato são cristãs ou só estão a procura do “milagre” da parte de Deus por suas vidas; buscando uma benção tal que não exija tanto e nem exponha tanto. Será que de fato conhecemos o que é ser cristão? Será que podemos descrever uma vida cristã autentica tendo apenas como exemplo nossa vida?
Embora sejamos levados a viver uma vida cristã com base fundamentada em Cristo Jesus, existem posicionamentos procedentes desta “base fundamentada” que precisam ser expostos ao longo da vida. É fato que a vida cristã é construída dia após dia, conforme vamos crescendo na graça e no conhecimento de Deus; mas, existe uma certa “base ou fundamento” pré-estabelecido pelo próprio Deus que precisamos conhecer; e, os tais que as praticam, são de fato filhos de Deus.
A coisa mais difícil que existe no meio do povo de Deus hoje é encontrarmos cristãos professos que saibam diferenciar um “cristão” de um fiel das Testemunhas de Jeová; ou, de um Católico Carismático; ou um Adventista do Sétimo Dia ou até mesmo de um Budista. É bem mais fácil encontrarmos esses que foram citados defendendo e explicando sua fé com mais exatidão do que ver um “cristão” explicando o cristianismo ou defendendo a sua fé.
Pensando nesse problema crucial em nosso tempo, faremos uma análise no texto das Escrituras Sagradas que lemos para conhecermos, pelas instruções do apóstolo João, os fundamentos da fé cristã.
Em toda esta epístola, o apóstolo João fala de pelo menos três provas importantes para discernirmos o verdadeiro cristão do falso cristão: a prova doutrinária – a fé; a prova social – o amor; e, a prova moral – a obediência aos mandamentos de Deus. Basicamente esses são os fatores fundamentais expostos pelo apóstolo João, nesta epístola.
Lembremos que João em nenhum momento se dirige a pessoas incrédulas ou distintas do povo de Deus. Ele se dirige a crentes em Jesus que não estavam confusos com relação à sua filiação a Deus; mas, estavam colocando em dúvida a sua vida cristã, como filhos de Deus.
O problema não estava se eram ou não filhos de Deus, mas se viviam de fato como filhos de Deus.
O apóstolo João está combatendo os falsos metres que levantavam posicionamentos duvidosos em relação à filiação de Jesus a Deus, declarando que Jesus não era o Cristo. Estavam ludibriando o povo com declarações infundadas em relação ao efeito do pecado na vida no porvir dos cristãos.
João então aponta para aqueles cristãos algumas características exclusivas dos filhos de Deus, tais como: A confissão e perdão de pecados por meio da propiciação do Filho de Deus; A vitória sobre o Maligno, uma vez que em Cristo somos mais que vencedores; A unção do Espírito Santo; O amor como elo entre Deus e seu povo; e, outras características importantes que estão registradas nesta epístola.
Agora, o apóstolo João nos apresenta um resumo de tudo o que já havia falado antes, sendo que agora fala com muito mais propriedade e veemência.
À luz do texto das Sagradas Escrituras, queremos identificar, quais são os fundamentos da vida cristã, sendo elas uma base legítima dos filhos de Deus e trazer uma aplicação de forma prática ao nosso contexto atual, em busca de viver, conhecer e até (se necessário) defende-la.A primeira característica que encontramos no texto é: i. Crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus
Talvez você esteja se perguntando por que essa declaração de fé é tão importante e faz parte da base de nossa fé cristã? A resposta pode ser encontrada em todo o contexto da epístola de João.
Sabemos da existência dos gnósticos que duvidavam da encarnação do Logos. Não criam na divindade de Jesus, ao mesmo tempo de sua humanidade.
Também existiam aqueles que se diziam ser o cristo. Levantavam as suas doutrinas falsas para enganar os fracos na fé. Existiam aqueles que batiam de frente contra os ensinos dos apóstolos e deturpavam a mensagem do evangelho.
Era de extrema importância à declaração de fé em Jesus como o Filho de Deus, o Cristo. Os cristãos daqueles primeiros séculos precisavam estar conscientes de que Jesus era o Cristo enviado por Deus; e, portanto, o Filho de Deus legítimo – o Messias.
O caracterizava a fé daqueles primeiros cristãos era sua declaração e defesa de quem era o Cristo que os salvaria do império das trevas, e esse era Jesus, o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo¹.
Ainda hoje precisamos estar fundamentados nesta mesma fé; pois ainda hoje existem aqueles que duvidam da encarnação, morte e ressurreição de Jesus – o Cristo.
Ainda hoje existem aqueles que substituem a Cristo por outro objeto de adoração qualquer ou mesmo algum personagem da Bíblia, fazendo-o mais importante do que Jesus, e em alguns casos até imputando a eles o perfil que somente Jesus obteve pelo seu povo – o perfil de CRISTO/MESSIAS.
Uma declaração dessa natureza deve fazer parte da vida do cristão. O crente em Jesus precisa estar alicerçado na certeza de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; pois todo aquele que crê Jesus é o Cristo é nascido de Deus.A segunda característica que encontramos no texto é: ii. Amar a Jesus, assim como amamos a Deus, o Pai
Uma vez que confessamos que Jesus é o Cristo (o Filho de Deus) também precisamos amá-lo assim como amamos a Deus, pois Ele é o Deus Filho.
A centralidade desta epístola está na pessoa de Jesus Cristo. O apóstolo João é extremamente preocupado em fazer com que as pessoas professem a Jesus e também o amem assim como “diziam” que amavam a Deus.
Jesus diz aos seus discípulos que Deus – o Pai os amava porque amavam a Seu Filho e criam que Ele veio da parte de Deus²; por isso é fundamental para o cristão depositar a sua confiança em Jesus e amá-lo como também amam a Deus.
Em outro momento o próprio Jesus diz a seus discípulos “Eu e o Pai somos um”³. É imprescindível amar a Deus e a seu Filho ao mesmo tempo.
O que o apóstolo João está falando aos seus irmãos na fé é que o amor a Deus, a primeira pessoa da Trindade, também deve ser visto na pessoa de Seu Filho Jesus, a segunda pessoa da Trindade, pois ambos comungam da mesma essência.A terceira característica que encontramos no texto é: iii. Amar os filhos de Deus em Cristo Jesus, como prova do amor e obediência a Deus
Estamos diante de outra tarefa legítima dos filhos de Deus e fundamental na vida cristã – amar os filhos de Deus, como prova de nosso amor e obediência ao próprio Deus. Aqueles que estão em Cristo Jesus são novas criaturas, nascidas de novo; portanto, também são gerados por Deus e regeneradas em Cristo Jesus, o Senhor.
É imprescindível que nossa relação com Deus e seu Filho seja evidenciada em nossa relação uns com os outros; pois a prova que amamos a Deus é também amando os nascidos em Deus. Oura prova daqueles que amam a Deus também estar no princípio da obediência aos mandamentos de Deus. Só que ama obedece com amor. Estes são aprovados por Deus e conhecidos pelo o Seu povo. Como provamos e conhecemos esse amor?
Guardando os seus mandamentos; “... Deu-lhes ali estatutos e uma ordenação, e ali os provou... Se ouvires atentos a vos do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os teus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o SENHOR, que te sara”4.
Confessando uns aos outros que Jesus é o Cristo; A confissão publica também é uma prova de que amamos a Deus, e por amar a Deus, automaticamente se espera que esse amor seja evidenciado no meio do seu povo.
Praticando os mandamentos de Deus no convívio uns com os outros. É no meio do povo de Deus que podemos evidenciar nossa obediência e temor a Deus. É no meio do povo de Deus que podemos praticar o amor e as boas obras que o Pai já antes preparou para que andássemos nelas.A quarta característica que encontramos no texto é: iv. A vitória sobre o inimigo, a fé em Jesus
Ao caminharmos com Deus, na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, sabemos pra onde vamos e que esse Caminho é o caminho verdadeiro e eterno.
Simão Pedro, em dado momento de sua caminhada com Cristo, pode evidenciar e provar isso publicamente: “... Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna”5.
Jesus, prevenindo que seus discípulos sofressem conflitos com relação à vida crista em sua caminhada pelo mundo, Ele diz claramente: “No mundo, passais por aflições; mas tendo bom ânimo; eu venci o mundo”6.
Essa vitória foi dada a nós, Filhos de Deus. A vitória sobre o mundo7 e sobre o maligno8.
Quando essa vitória é conhecida por nós?
Quando cremos no plano da redenção – a vitória sobre o pecado;
Quando confiamos na supremacia de Cristo – o domínio de Cristo sobre o céu e a terra;
Quando nascemos de Deus – a certeza de que nossa vitória sobre o mundo é uma reposta à nossa filiação a Deus, o EL SHADDAI.Conclusão
A base legítima dos filhos de Deus está ligada diretamente ao Filho de Deus. Como cristãos precisamos está cientes das certezas que o cristianismo nos apresenta. A primeira delas é que o Jesus da Bíblia é o Cristo de Deus; é de fato o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Duvidar desta verdade é desacreditar num vida eterna. Duvidar da divindade de Jesus é desacreditar no perdão incondicional de nossos pecados e salvação de nossas vidas. Duvidar desta verdade nos impedirá de amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos porque a unica referencia desse amor genuíno que temos está implicitamente representada e revelada na pessoa de Seu Filho - Jesus Cristo.
Um cristão precisa fundamentar sua fé em Jesus Cristo, pois está é uma base legítima dos filhos de Deus; e, isto é feito segundo a imagem daquele que nos criou, e em Cristo Jesus - o Verbo encarnado - todas as coisas vieram a existência, inclusive nós!
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