O apóstolo que iremos meditar é conhecido como o “apóstolo do amor”, porém, ele não pode ser conhecido apenas por conta de sua expressão amorosa pelo evangelho e por Cristo, mas também por seu zelo e testemunho da verdade do evangelho e de Cristo Jesus.
John MacArthur (2016; pág. 139) diz que:
O amor e a verdade devem ser mantidos em perfeito equilíbrio. A verdade jamais deve ser abandonada em nome do amor. Porém, o amor não deve ser deixado de lado em nome da verdade.
É exatamente desta maneira que nós, cristãos, devemos agir em nome de Jesus Cristo ao apresentarmos e defendermos o evangelho que pregamos. Devemos trabalhar com amor e plantarmos amor neste mundo de ódio e trevas; porém, devemos fazer isso com a verdade plena do evangelho em nossos corações, de tal maneira que a verdade seja pregada com amor, e o amor deve ser transmitido comprometido com a verdade.
Há muitos que em nome do amor deixam de falar a verdade; já outros, em nome da verdade deixam de praticar e viver o amor. Essas características devem andar juntas para que não deixemos a verdade de lado em nome do amor e não deixemos de amar em nome da verdade. A verdade deve existir assim como o amor acontece; e o amor deve acontecer assim como a verdade existe.
O apóstolo João é uma figura bem conhecida no Novo Testamento. Uma parte considerável do Novo Testamento é escrito por João, embora não tenha mencionado a si mesmo em seus escritos, é unanime entre os historiados e comentaristas do Novo Testamento que João é o autor humano do evangelho que leva seu nome, das três epistolas e do livro de Apocalipse.
Tanto as escrituras como a história relatam que João desempenhou um papel importante na igreja primitiva. Quase tudo o que falamos sobre a personalidade e o caráter de Tiago também valem para João.
Também precisamos aprender com apóstolo João a mantermos equilíbrio entre a verdade e o amor. Vejamos:QUEM ERA JOÃO?
O nome de João significa Jeová é gracioso. Também era filho de Zebedeu (pescador) com Salomé e irmão mais novo de Tiago. João, sendo judeu, também era conhecedor da lei e era um dos discípulos de João Batista juntamente com André – ambos viram o Cordeiro de Deus que o Batista lhes apontava (Jo 1:35-40);
Assim como os demais, João também era alvo da graça de Deus e aguardava o Salvador. Por causa de seu temperamento forte, João também foi chamado de Boanerges por Jesus, que quer dizer: “Filhos do Trovão” (Marcos 3:17), juntamente com Tiago, seu irmão mais velhos, ou seja, João não tinha nada de amoroso como foi retratado nos quadros de pintura.
Embora João fosse alguém de temperamento explosivo e impulsivo, ele foi retratado pelos antigos como o apóstolo amor; está característica foi atribuída a ele por conta de seu amadurecimento no reino de Deus. Sob o controle do Espírito Santo, suas deficiências foram substituídas por virtudes.
Assim também acontece conosco. Embora, no passado, tivéssemos sofrido por conta de nossas ações, hoje podemos e temos a oportunidade de fazer uso desses erros para ensinar a outros. João é exemplo desta verdade transformadora do Evangelho; ele foi transformado e enviado ao mundo para pregar o evangelho.
QUAL ERA O PERFIL DE JOÃO?
Por conta de seu temperamento, João também era zeloso com o que fazia. João estava lá, ao lado de Tiago, pedindo permissão de Jesus para que mandem descer fogo do céu para consumir os samaritanos (Lucas 9:54). Em outra passagem João diz a Jesus que encontrou um homem que não seguia com eles que estava, em nome de Jesus, expulsando demônios; o texto diz que “nós lhe proibimos” (Marcos 9:38);
João era alguém que abraçou a causa do evangelho e não permitiu que ninguém mais se unisse a ela, mesmo aqueles que a defendiam e faziam em nome de Jesus. João também ao lado de seu irmão pediram a Jesus que cada um sentasse ao lado dEle quando estivesse em glória como Rei (Marcos 10:37).
A intolerância de João reflete muito bem o tipo de sentimento com a qual muitos cristãos se identificam nos dias atuais. A ideia de que Jesus nos pertence ou de que é propriedade exclusiva de nosso grupo religioso tem acompanhado muitos em nossos dias. Esse exclusivismo destruidor não atenta nem para a fé no nome de Jesus, nem para os milagres ela advindos se praticados por outros de outros lugares ou comunidades distintas à nossa.O QUE JOÃO SE TORNOU COM O APOSTOLADO?
João aprendeu a amar e ter zelo pela verdade do evangelho. O amor foi uma virtude que ele aprendeu de Cristo, e não algo que lhe era inato. O amor não anulou o fervor do apóstolo pela verdade. Antes, deu-lhe o equilíbrio do qual necessitava.
Em nome da verdade ele contrasta a luz com a escuridão; a vida com a morte; o reino de Deus com o reino do diabo; os filhos de Deus com os filhos de Satanás; o julgamento dos justos com dos perversos; a ressurreição para vida com a ressurreição para a condenação; receber a Cristo com rejeitar a Cristo; ser produtivo com o ser infrutífero; obediência com a desobediência; e, amor com ódio.
João gostava de tratar da verdade em termos concretos e opostos. Ele entendia que era necessário, e ainda é, fazer uma divisão e distinção clara quanto a isso. Ele ainda diz que, ou estamos andando na luz ou vivendo em trevas. Se nascemos de Deus, não vivemos na prática do pecado – na verdade, não podemos viver em pecado; somos de Deus ou do mundo?
João, em nome da verdade e por amor a essa verdade morreu de velhice preso na ilha de Patmos (Ap 1:9), em Éfeso, no ano 103 depois Cristo, quando tinha 94 anos.
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