TEXTO BÍBLICO: Levítico 1:1-17 .
INTRODUÇÃO
Pensar que Deus aceita qualquer coisa, mesmo com a intenção correta de fazer o melhor, é um engano que muitos cometem. Pior ainda é pensar que o “agradar” de Deus se iguala ao meu e o seu senso de satisfação.
A maneira correta de entendermos qual é o melhor que podemos oferecer a Deus, de tal maneira que Ele venha se agradar daquilo que oferecemos e fazemos, é seguir cabalmente suas orientações e normas.
Não há nada melhor pra agradar alguém do que fazer exatamente o que ele gosta e como ela gosta; desta maneira, não há nada mais prazeroso e confortante do que saber que estamos fazendo exatamente o que Deus requer de nós para o Seu louvor. E o que é mais incrível ainda é saber que, ao fazer exatamente o que Ele quer, e como Ele quer, Ele fica satisfeito e também somos recompensados – como diz o salmista: Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua destra há delícias perpetuamente grifo do autor>grifo do autor>.
Devemos nos perguntar hoje:
De que maneira tenho apresentado minha oferta ao Senhor?
Como tenho me apresentado ao Senhor?
Que nota receberia se Deus avaliasse minha atuação no serviço no seu reino?
EXPLICAÇÃO DO TEXTO
Levítico expõe um conjunto de leis e regulamentos que os israelitas deveriam seguir como condição para que Jeová habitasse no meio deles. Portanto, o objetivo de Levítico era regular a vida nacional em toda a sua conduta e consagrar a nação de Israel a Deus.
O santo Deus de Israel falou ao povo através de Moisés e proveu a Sua presença no tabernáculo. A proximidade de Deus exigia todas essas normas para que houvesse orientações e disciplina. Havia expiação, para que houvesse perdão, e havia a presença divina, para que houvesse comunhão com Deus. Em Cristo, porém, tudo isso foi substituído pela encarnação do Logos e essa é a mensagem que o Novo Testamento atribui ao livro de Levítico.
Moisés expõe a mensagem que Deus lhe transmitiu, falando sobre a maneira que os israelitas e sacerdotes deveriam participar de vários sacrifícios na presença de Deus no tabernáculo (templo). Vejamos:I. CHAMOU O SENHOR A MOISÉS PARA FALAR AO POVO SOBRE AS OFERTAS
O texto começa falando do relacionamento entre Deus e Moisés. Deus não falou diretamente ao povo, mas por meio de Moisés, mostrando que havia certo tipo de contato particular entre ambos;
É importante lembrar que Moisés simbolizava um tipo de mediador diante de Deus e o povo; porém, vale ressaltar também que em Moisés havia um compromisso de adoração, fidelidade e honra com Deus;
Deus chama Moisés e lhes transmite seu desejo de receber culto/adoração/holocaustos de Israel; porém, Ele diz o que fazer e como fazer;
Aplicação
Aqui podemos extrair algumas lições:
Deus chama alguns pra mais perto de si;
Esses, que estão mais perto, recebem responsabilidades em nome de Deus;
Essas responsabilidades devem ser obedecidas;
Só aqueles que andam com Deus são capazes de reconhecer sua voz e obedecer a suas Palavras.II. PARA QUE O HOMEM SEJA ACEITO PERANTE O SENHOR
Aqui temos o propósito, quais e a qualidade das oferendas;
Macho sem defeito – os animais não podiam ter defeito nem doença. Oferecer um animal defeituoso era um insulto a Deus;
O próprio ofertante trazia o animal a ser sacrificado, mostrando que de fato estava assumindo a culpa pelo pecado e sua responsabilidade como provedor da oferta – sua oferta;
O ofertante deveria por a mão sobre a cabeça do animal sacrificado como expiação de seu pecado – havia naquele momento uma transferência da culpa do ofertante para a oferta;
Aplicação
Nessas passagens há uma tipologia sendo ensinadas e algumas verdades são aprendidas aqui:
O macho sem defeito representa Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que não pecou, mesmo quando teve a oportunidade;
Embora o ofertante que levava a oferta em favor de seus pecados, Cristo ofereceu-se como Cordeiro sem defeito em favor dos pecadores;
Por a mão sobre a cabeça do animal oferecido como oferta transferia a culpa do ofertante como expiação, Cristo fez expiação por nós assumindo nosso lugar na cruz do Calvário;
Cristo é o Filho amado de Deus em tem prazer, n’Ele fomos aceitos e por Ele e para Ele devemos viver – pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos (At 17:28a).III. É HOLOCAUSTO, OFERTA QUEIMADA, DE AROMA AGRADÁVEL AO SENHOR.
Os sacrifícios eram feitos pelos ofertantes em favor de suas próprias vidas por causa de seus pecados;
Os sacrifícios apaziguavam a ira de Deus e o levavam a olhar para o ofertante com benevolência, impedindo que a ira de Deus caísse sobre o ofertante;
A oferta queimada produzia uma fumaça que funcionava como incenso que Deus recebia;
Não podemos interpretar isso literalmente no sentido que Deus cheirava a fumaça do altar; mas que isso tem um significado simbólico, ou seja, está em foco a ideia de aceitação do sacrifício oferecido e que Deus tenha ficado satisfeito em que o home reconhecera sua culpa e pedira perdão.
Aplicação
Outras verdades precisam serem fixadas em nossas mentes:
Essas ofertas existiam para que o homem fosse aceito perante Senhor; porém, só teria sucesso se fosse feita como Ele exigiu, só assim a oferta queimada sobre o altar seria recebida como aroma agradável ao SENHOR;
Em Cristo – o sacrifício perfeito, completo e aceitável, temos vida e não morte, pois Ele morreu em nosso lugar e seu sacrifício foi aceito por Deus;
Paulo nos convida a andar em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave (Ef 5:2 - grifo do autor);
CONCLUSÃO
Podemos sintetizar este capítulo com a seguinte frase: “chamou o Senhor a Moisés para falar ao povo sobre as ofertas para que o homem seja aceito perante o Senhor; é holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor”.
Isto significa dizer que o próprio Deus nos chamou para Si com o fim de manter relacionamento com a sua criação. Também significa que o sentido de sermos chamados é para que recebamos d’Ele as instruções necessárias para todas as coisas da vida que nos envolvem; sejam elas para adoração, ofertas, perdão de pecados e serviço no reino d’Ele.
Não podemos oferecer nossas vidas em serviço, adoração e obediência a Deus sem que todo o nosso conceito passe pelo crivo da vontade de Deus. Se oferecermos qualquer coisa a Deus sem consulta-lo para saber antes como quer que façamos, correremos sérios riscos de desagradá-lo como fez Caim quando, nem sua oferta e tão pouco sua vida foram aceitos por Deus.
Mas, se nosso comprometimento com Deus for tão sério quanto nossa vontade de viver, então daremos ouvidos à Sua voz. Não só O ouviremos como também faremos tudo o que nos ordenar. Nossa obediência e pratica de sua vontade resultará em aroma agradável ao Senhor.
Não precisamos mais oferecer holocaustos a Deus, Cristo já assumiu de uma vez por todas o nosso lugar na cruz do Calvário e seu sacrifício foi aceito por Deus; portanto, n’Ele, fomos aceitos e recebido pelo Pai. Porém, o princípio de seguir Seus conselhos e obedecer a Sua vontade permanece para sempre.
Sejamos servos obedientes e tementes a Deus como Moisés; ofereçamos nosso melhor a Deus assim como cada israelita deveria oferecer a “sua oferta” e não a dos outros como se fossem deles; que em Cristo, nosso compromisso no serviço do reino de Deus, seja de aroma agradável ao Senhor – ou seja, que seja feita de tal maneira que “... quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31).
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