TEXTO BÍBLICO: Mateus 5.1-2 .
Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:
A importância das Bem-aventuranças e suas aplicações.
INTRODUÇÃO
O mundo tem entrado nas igrejas e a igreja tem se mundanizado cada vez mais. Tem sido muito difícil para muitos, diferenciar aqueles que estão em Cristo e vivem de tal forma, com aqueles que estão no mundo. Hoje em dia, todos são crentes em alguma coisa; até mesmo aqueles que dizer ser em Jesus, mas suas vidas continuam as mesmas. Não mudança de atitude e muito menos de testemunho.
Infelizmente, dentro das igrejas também há aqueles que participam das programações, mas não foram transformados totalmente. Há aqueles que carregam a bíblia debaixo do braço, mas não no coração. Há também aqueles que são pontuais em seus compromissos ministeriais, mas vivem de maneira irresponsável no mundo.
O sermão do monte é o primeiro de cinco grandes blocos de ensinos que aparecem em Mateus. Os capítulos 5 a 7 apresentam mais informações sobre os padrões éticos da soberania do reinado de Deus do que qualquer outra passagem, e portanto, têm sido extremamente valorizados pela igreja.
Havia um costume na cultura judaica que o professor e/ou mestre sentava-se e seus seguidores o cercavam para aprender seus ensinos e instruções. Jesus é um Mestre que vem arrebanhando mais seguidores a cada ensino; porém, suas instruções têm um publico alvo específico; Ele prega para aqueles a quem chamou para mais perto e que foram escolhidos para participarem do reino dos céus e serem chamados de filhos de Deus.
O sermão pregado por Jesus no monte tem um destinatário específico: seus discípulos. A mensagem dotada de autoridade do Messias diz respeito à vida do Reino para os seus discípulos; assim também a igreja, que é composta por diversos discípulos de Cristo precisa aprender e absorver o caráter do verdadeiro discípulo de Cristo; e, portanto, viver de maneira bem-aventurada neste mundo e no por vir.
QUAL A IMPORTÂNCIA DAS BEM-AVENTURANÇAS PARA A IGREJA?
Com a meditação das “Bem-aventuranças” podemos compreender melhor quem são os felizes em Jesus. Compreenderemos a raiz dessa felicidade e saberemos distinguir a verdadeira felicidade que envolve aquele que está em Cristo Jesus.
O grande alvo que a humanidade busca é a felicidade. O mundo inteiro anela obter a felicidade, e quão trágico é observar como as pessoas a estão procurando e tentando alcançar esse objetivo a todo custo.
A igreja do Senhor precisa compreender que a verdadeira felicidade não está nas coisas que o mundo pode oferecer. O Sermão pregado por Jesus no Monte diz respeito à aqueles que são felizes por estarem num caminho certo; ao mesmo tempo, a igreja precisa saber identificar o perfil/caráter daquele que está em Jesus.
QUEM É O “BEM AVENTURADO”?
É importante saber quem é o “bem-aventurado” ou quem pode ser “bem-aventurado”. Nosso Senhor não disse que estava prestes a descrever certos personagens notáveis que poderiam existir neste mundo. Antes, descreveria todo e qualquer dos Seus seguidores. O texto de Mateus é bem específico ao descrever quem é o seguidor a que Jesus se dirige – os seus discípulos (v.1d).
O bem-aventurado é todo aquele que desfruta da presença de seu Senhor e Mestre. É aquele que estar em Cristo Jesus e manifesta um caráter transformado por Ele. É aquele que conheceu a verdade sobre si mesmo, sobre o mundo, sobre Deus e tudo mais, por meio de Cristo; ou seja, o bem-aventurado é todo que foi salvo em Jesus e desfruta desta salvação na vida cristã.
POR QUE SÃO “BEM-AVENTURADOS”?
Esse discípulo não é feliz por apenas desfrutar das bênçãos recebidas de Jesus (salvação/perdão/redenção), mas também por estar diante de seu Mestre e Senhor; é por esse motivo que esse discípulo também é mais que feliz – bem-aventurado; ou seja, todo aquele que está em Jesus foi salvo e pertence a Ele, por isso que é seu discípulo.
Ora, do ponto de vista do caráter e do ponto de vista daquilo que os crentes deveriam ser, não há nenhuma diferença entre um crente e outro. Espera-se que todos nós exemplifiquemos aquilo que está contido nas bem-aventuranças, ou seja, todos que estão em Cristo são chamados para viverem as bem-aventuranças em suas vidas.
Não temos aqui apenas uma descrição de alguns homens piedosos que viveram ou vivem de maneira coerente à vida que recebeu; como por exemplo: Hudson Taylor, George Muller, George Whitefield e John Wesley. Mas, trata-se de uma descrição de todo e qualquer crente.
Espera-se que cada um de nós siga de perto esse modelo apresentado por Jesus e que alcance esse padrão elevadíssimo. Assim, não é correta a opinião de quem afirma que alguns são “humildes de espírito” e que outros são “mansos”; que alguns são “os que choram” e que outros são os “pacificadores”, e assim por diante. Espera-se de cada crente que ele cumpra cada um desses requisitos, manifestando-os ao mesmo tempo em sua vida.
Cada uma dessas características, em certo sentido, requer a presença das demais qualidades. Na verdade, é impossível alguém manifestar qualquer dessas graças, conformando-se à bem-aventurança pronunciada a respeito dela, sem que, ao mesmo tempo, inevitavelmente exiba as outras graças também. As bem-aventuranças formam um complexo integrado, e não podemos separá-las umas das outras.
POR QUE NEM TODOS SÃO “BEM-AVENTURADOS”?
Podemos responder essa questão de duas maneiras, sendo ambas integradas:
Nem todos estão em Cristo Jesus. Somente aqueles que, não apenas seguem a Jesus, mas também aprendem com Ele são bem-aventurados.
A palavra “discípulo” vem do grego μαθητης mathetes que quer dizer “aprendiz, pupilo, aluno”. Isto significa que, para ser bem-aventurado, é necessário aprender como um aluno com o Mestre Jesus, e nem todos são chamados pra isso.
Nem todos que seguem a Jesus buscam a felicidade nele, a maioria buscam a felicidade dele.
Esses pseudos seguidores estão interessados no que Jesus pode oferecer e não querem o que pode fazer na vida deles. Querem o pão da multiplicação, mas não o pão vivo que desceu do céu. Querem beber da água que sacia a cede, mas não a que purifica.
Vale ressaltar que as características apresentadas por Jesus em seu sermão no monte, diz respeito àqueles que Ele chamou pra mais perto e os ensinou uma a uma; ou seja, o discípulo de Jesus só é bem-aventurado porque aprendeu ou absorveu o seu ensino e instrução; de outra maneira, ele não seria bem-aventurado.
DE QUE MANEIRA PODEMOS VIVER NESTE MUNDO COMO SENDO “BEM-AVENTURADO”?
Qualquer um de nós, e mesmo todos nós, sem importar o que sejam por motivo de nascimento, precisamos exibir essas características quando nos tornamos crentes. E não somente precisamos exibi-las, também podemos exibi-las. Essa é glória mais central do evangelho. O evangelho pode tomar o individuo mais orgulhoso do mundo e transformá-lo em alguém que é humilde de espírito.
Podemos viver neste mundo como sendo bem-aventurados, uma vez que apresentarmos o caráter de Cristo em nós. A igreja será um referencial de felicidade e harmonia quando todos, individual e coletivamente, exibirmos o Fruto do Espírito.
CONCLUSÃO
Nas bem-aventuranças temos características e disposições resultantes da graça divina, produtos do Espírito Santo, e por isso, ao alcance de todos os verdadeiros discípulos de Jesus.
Não deveríamos ambicionar serem os mais parecidos possíveis com todo mundo, embora continuássemos sendo crentes; pelo contrário, deveríamos ambicionar ser o mais diferente possível daqueles que não são crentes. Nossa ambição deveria ser assemelharmo-nos a Cristo, e quanto mais, melhor. Quanto mais nos parecermos com Cristo tanto mais seremos diferentes de todos os que não são crentes em Jesus.
Comments