Hoje podemos nos alegrar todos os dias pelas dádivas de Deus derramadas em nossas vidas. Mas, será que sabemos de fato que “dádivas” são essas? Será que estamos nos alegrando no SENHOR da maneira correta? Temos consciência de o porquê nos alegramos por este dia que fez o Senhor?
O que a nossa união com Cristo promove em nós mesmos? Qual a importância de sabermos dessa união singular da parte de Deus em Cristo Jesus á nosso favor? Podemos ter prazer eterno por conhecer essas verdades? Como temos nos comportado ao nos relacionar uns com os outros como igreja do SENHOR? O que estas verdades dizem sobre nossa relação com os demais irmãos em Cristo?
A motivação do apóstolo Paulo em escrever aos irmãos da igreja de Éfeso está na maneira de como eles vivem neste momento, uma vez que já tinham esquecidos de sua condição anterior. Paulo diz lembrai-vos; isto significa que eles precisavam trazer á mente o que eram para que pudessem agir de maneira diferente no presente. Aqui podemos compreender que grande parte de nossa vida no presente pode estar associado ao que vivemos no passado; daí pode-se notar que antes, estavam mortos (2:1), andavam segundo o curso deste mundo (2:2), andávamos segundo as inclinações da carne e dos pensamentos (2:3a) e éramos, por natureza, filhos da ira (2:3b). Este era o retrato exato da condição do homem sem Deus.
Mas, Paulo não os chama para trazer à mente na intenção de depreciá-los de maneira que venham entrar em profunda depressão em seu espírito e desistam de suas vidas no tempo presente. Paulo pede para que se lembre de suas condições anteriores no intuito de fazê-los se alegrarem com suas vidas no presente. O grande segredo que Paulo apresenta aqui esta condicionado ao que suas mentes pudesse lembra-los do passado, e, portanto, dedicarem suas vidas ao Senhor como santuário (2:21c), juntamente com todos aqueles que, da mesma forma, foram alcançados pela graça salvadora e edificados para habitação de Deus no Espírito (2:22b) – que é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor de sua glória (1:14).
Segundo o apóstolo Paulo, de que maneira podemos compreender a nossa união com Cristo?
I. LEMBRANDO-NOS DE COMO ESTÁVAMOS: “naquele tempo, estáveis sem Cristo” (Ef 2:11-12).
a) Gentios na carne: estrangeiros que não adoravam a Deus e que estavam separados de uma influência divina e suas naturezas eram inclinados ao pecado e oposta a Deus;
b) Separados da comunidade de Israel: São separados porque não pertencem à cidadania santa de Deus;
c) Estranhos à aliança: Não faziam parte do acordo de Deus com Noé (Gn 9:8-9, 12); porém, em Abraão são benditas todas as famílias da terra – embora os gentios não soubessem disso (Gn 12:3). A palavra “estranhos” significa: sem o conhecimento, o que é desconhecido, aquilo que é novo;
d) Não tendo esperança e sem Deus no mundo: Os gentios não tinham o que esperar porque ainda a salvação não lhes era algo claro (Ef 3:1-7); por isso, antes, eles vivam sem Deus neste mundo. Sem Deus significa agir como um ateu; ímpio e sem religião.
e) Naquele tempo, estáveis sem Cristo: sem o salvador, portanto, sem a salvação.
Aplicação
Tanto judeus quanto gentios podiam se alegrar ao verem sua condição no tempo presente por estarem salvos pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, não por obras, apenas pela graça de Deus (Ef 2:8-9). Desta forma, ambos foram unidos em Cristo Jesus por meio do resgate e penhor do Santo Espírito da promessa.
O lembrete desta antiga condição era necessário, assim como o é hoje, para que não viessem se gloriar em suas obras ou méritos humanos e deixassem de dar glória a Deus. Precisamos agir como Paulo diz: “lembrai-vos de que... naquele tempo, estáveis sem Cristo”, isto é motivo de sobra para nos alegrar e sermos gratos a Deus pela união com Cristo e uns com os outros.
Ainda segundo o apóstolo Paulo, qual a outra maneira para compreendermos a nossa união com Cristo?
II. COMPREENDENDO A NOSSA PRESENTE CONDIÇÃO: “fostes aproximados pelo sangue de Cristo” (Ef 2:13-16).
a) Porque ele é a nossa paz: Em Cristo Jesus temos paz do Deus (Rm 5:1), isto é fato; porém, a paz aqui diz respeito à harmonia entre as duas nações – judeus e gentios. Por isso Paulo segue dizendo: o qual ambos fez um. A unidade está em jogo o tempo todo para que ambos compreendam a totalidade desta verdade em suas vidas;
b) Tendo derribado a parede da separação... a inimizade: Também somos conhecedores que fomos reconciliados por Deus mediante a morte do seu Filho (Rm 5:10-11); porém, Paulo está falando de uma reconciliação entre irmãos na fé. Por isso ele segue dizendo: aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças... Os judeus eram conhecidos por serem zelosos no cumprimento da Lei, totalmente contrário aos gentios; porém, Deus é um só e derribou a parede que separava o povo em nações para chamar um único povo pra si (Rm 3:29 | 1Pe 2:9-10);
c) Reconciliasse amos... por intermédio da cruz: Paulo apresenta a maneira que essa união de raça, nação e povo pôde se tornar eleitos, santos e sacerdócio real, ele diz que a cruz de Cristo foi responsável de derrubar toda parede de inimizade.
Aplicação
Tanto judeus quanto gentios precisavam compreender que agora, por meio da cruz de Cristo, não há distinção diante de Deus; ambos pertencem a Ele. O que caracteriza sua filiação a Deus é o sangue de Cristo que serviu para aproximá-los de Deus e uns dos outros. Está união promove a comunhão dos santos e a paz.
O apóstolo Paulo também diz que, para compreender a nossa união com Cristo, é necessário:
III. TER CONSCIÊNCIA DOS MEIOS DE COMO ACONTECEU: “por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito” (Ef 2:17-18).
a) Evangelizou paz a vós outros: Paulo diz que o meio de toda esta verdade ter chegado até nós foi por meio da instrução a respeito das coisas que pertencem à salvação cristã. O anuncio da “boa notícia” ao homem.
b) Paz a vós outros que estáveis longe e também aos que estavam perto: Está é uma citação de Isaías 57:19 que expressa a promessa de aproximação por meio de Cristo ao Pai. Paulo viu o cumprimento desta profecia por meio do evangelho de Cristo ao ver que o Espírito leva os gentios (vós que estáveis longe) e os judeus (aos que estavam perto) juntos perante o Pai.
Aplicação
Tanto judeus quanto gentios tiveram acesso ao Pai por meio do Seu Espírito que operou o milagre da salvação pregada pelo evangelho da paz de Jesus Cristo. Esta ação do Espírito redunda em uma união de ambos os povos para que a paz que promove a comunhão dos santos seja aplicada de maneira que tenham acesso ao Pai. Da mesma maneira somos nós hoje. Precisamos ter a mesma consciência que por meio do evangelho pregado por Cristo e pela ação do Espírito de Deus temos acesso a Ele – como Paulo diz: “... não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2:8c).
Segundo o apóstolo Paulo, de que maneira ainda podemos compreender a nossa união com Cristo?
IV. ESTANDO CONVICTOS DO 'POR QUE' ACONTECEU: “já não sois estrangeiros e peregrinos... sois da família de Deus” (Ef 2:19-20).
a) Já não sóis estrangeiros e peregrinos: Ser estrangeiro e peregrino aqui é aquela pessoa que vive numa terra como um estranho, que reside temporariamente. Paulo está falando de uma cidadania que não é terrena;
b) Mas concidadãos dos santos: Isso significa que a verdadeira cidadania daquele que está em Cristo e que foi salvo pela graça de Deus é no céu, onde está o trono de Cristo. Ser concidadão dos santos significa possuir a mesma cidadania do povo consagrado a Deus; ou seja, os gentios também foram recebidos na comunhão dos santos, assim como os judeus; portanto, são da mesma família na fé.
Aplicação
Tanto judeus quanto gentios, agora em Cristo Jesus, faziam parte da mesma cidadania celeste, ou seja, pertencem à mesma família de Deus em um só corpo, uma só fé e um só batismo (Ef 4:5). Da mesma maneira somos chamados para compreender o porquê fomos unidos em Cristo Jesus. Nossa unidade a ele também deve refletir a união uns com os outros para que nossa vida em Cristo seja alicerçada cada vez mais sobre este fundamento que nos foi ensinado e transmitido pelos apóstolos – Cristo Jesus, a pedra angular.
Paulo ainda diz que podemos compreender a nossa união com Cristo:
V. APLICANDO O PROPÓSITO DESTA UNIÃO: “santuário dedicado ao Senhor... edificados para habitação de Deus no Espírito” (Ef 2:21-22).
a) Cresce para santuário dedicado ao Senhor: Paulo está dizendo que ambos ainda estavam em construção em suas vidas como cristãos; porém, este crescimento promove a uma vida santa, em Cristo Jesus (1Pe 2:4-5);
c) Sendo edificados para habitação de Deus: Paulo diz que somos, por assim dizer, casa de habitação de Deus, e não mais o templo em Jerusalém (1Co 3:16; Ef 3:17);
d) No Espírito: Paulo diz que o Espírito de Deus é o responsável de manter essa união. Ele foi enviado por Cristo para ser nosso Consolador. Não é por obras da lei nem por extremo zelo da tradição; muito menos por altares idólatras como os gentios faziam; mas, somente e unicamente pelo Espírito de Deus (Ef 4:1-4).
Aplicação
Tanto judeus quanto gentios, em Cristo Jesus, receberam o penhor do Espírito Santo, portanto, suas vidas passaram a ser habitação de Deus. Até aquele tempo, os judeus se orgulhavam do fato de Deus morar entre eles (Êx 25:8); mas agora os cristãos, sendo participantes da crescente Igreja, são “uma habitação de Deus, no Espírito”. Da mesma maneira somos nós. Fazemos parte de um povo que ainda está em pleno crescimento e que, unidos em Cristo, são habitação de Deus no Espírito; este é o grande propósito de estarmos unidos em Cristo e uns aos outros – para que sejamos juntos, a habitação de Deus e possamos refletir a Sua glória em todos os lugares.
コメント