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  • Foto do escritorRev. Luiz Henrique

Fé e Obras - Tiago 2.14-26.

INTRODUÇÃO

Vivemos em um tempo de crentes nominais que professam uma fé bíblica, mas incapazes de produzir ou demonstrar essa confissão com suas vidas. O que mais se vê nos dias atuais, são pessoas professando um cristianismo raso, inoperante, sem vida, sem demonstração de arrependimento ou transformação de vida; e, ainda há aqueles que se dizem crentes mas suas vidas e atitudes não provam o que professam, pois estão atrás apenas das bençãos do Senhor, e não no Senhor das bençãos.

O evangelho bíblico não apenas chama pecadores ao arrependimento, mas também para produzirem frutos dignos de arrependimento. Somos convocados há não apenas crer no Senhor Jesus Cristo, mas também à viver uma vida santa, irrepreensível, piedosa e dedicada à aplicação dos dons na vida cristã e a demonstração de nossa fé naquilo que fazemos neste mundo.

Nos versículos anteriores, Tiago fez três advertências para os cristãos de seu tempo com o intuito de provocar neles a pratica da fé cristã coerente com o cristianismo pregado pelos apóstolos. Ele faz:

  1. Uma censura aos que praticam acepção de pessoas na vida cristã – v.1-4; dizendo que esse tipo de atitude é incompatível com o evangelho de Jesus Cristo, o Senhor da glória.

  2. Um alerta quanto a inversão de valores na vida cristã – v.5-7; uma vezque aqueles que precisavam de amor estavam sendo desprezados; e que a inversão de valores está no fato de que Jesus deu maior atenção e amor aos menos favorecidos da sociedade, mas que lhe deram maior fé.

  3. Um chamado à coerência cristã – v.8-13; e diz que a verdadeira coerência cristã está alicerçada na vida daquele que amam sinceramente. Aquele que vive de acordo com esse tipo de vida, então de fato, está condizente ao que prega; Tiago diz que, o que tal coisa pratica – fazeis bem! E usar de misericórdia nesta vida para aqueles que mais precisam de nossa demonstração de amor coerente com o evangelho que nos resgatou, possibilitará, no juízo, o uso de misericórdia sobre nós e em nosso favor. Pelo SENHOR Justo juiz

Nesta parte do capítulo dois, Tiago mostra o erro daqueles que descansavam na mera profissão da fé cristã, como se isso pudesse salvá-los, enquanto a disposição da sua mente e o conteúdo da sua vida estão em total desacordo com aquela santa fé que professam. Tiago prossegue com o tema de que o ouvir/fé deve levar à prática/obras; pois a fé não acompanhada de ação é inútil e morta, incapaz de salvar.

Não podemos pensar que nesta passagem Tiago esteja desfazendo o ensino bíblico da salvação por fé somente e não por obras, para que ninguém se glorie, pregado pelo apóstolo Paulo, quando diz: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8-9). Na verdade, o que Paulo diz é que, para a salvação, basta apenas crer (ter fé) no Senhor Jesus como Salvador de nossas vidas; crer que Ele morreu em nosso lugar; derramou seu sangue como o Cordeiro de Deus para perdoar nossos pecados; que Deus o ressuscitou dos mortos ao terceiro dia e que está assentado à direita de Deus; que retornará um dia para julgar vivos e mortos e buscar a sua igreja. O simples fato de crer nessas coisas é suficiente para a salvação e não as obras que praticamos.

O que Tiago ensina nesta passagem complementa de maneira mais prática o que Paulo ensinou aos Efésios, pois até mesmo ele disse que as boas obras são uma consequência lógica e contínua daquele que é salvo; embora ela não salva ninguém, mas todo aquele que é salvo em Jesus precisa praticá-las. Paulo diz: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10). Essas obras devem ser realizadas por todo aquele que é salvo.

É exatamente esse tipo de verdade bíblica que Tiago está cobrando daqueles irmãos da diáspora. Ele requer que a pratica de vida daqueles irmãos estivessem de acordo com a fé que professavam. Não apenas fossem ouvintes e acreditassem nas Palavras de vida eterna de Cristo Jesus, mas também praticantes do que está Palavra requer deles como crentes professos; pois do contrário, sua fé sem obras seria morta.

Nesta passagem Tiago começa apresentando:

  1. v.14 – UM PROBLEMA: qual é o proveito em dizer que tem fé, mas não tiver obras?

  2. v.15-25 – QUATRO ARGUMENTOS para provar que a fé sem obras é morta;

  3. v.26 – CONCLUSÃO dizendo que as obras são necessárias para o que tem fé, assim como o corpo necessita do espírito para viver.

i. UM PROBLEMA: qual é o proveito em dizer que fé, mas não tiver obras: – v.14;

  1. Qual é o proveito? Que vantagem há em apenas “dizer”, mas não “praticar”?

  2. A prova da nossa fé são as obras que praticamos. É necessário antes de tudo crer, só depois teremos condições de por em pratica;

  3. Muitos praticam muito, mas sem acreditar;

  4. Muitos estão à procura de algo pra fazer no Reino de Deus; sua motivação não está na obediência plena ao chamado, mas apenas no trabalho realizado como cumprimento de meta. Que proveito há no “fazer” sem viver?

  5. Outros professam com os lábios que querem Jesus em suas vidas e querem mudanças, transformações da parte de Deus, mas não praticam o que o próprio Deus exige em sua Palavra. Que proveito há em saber e não fazer?

  6. Muitos procuram agradar por obras, mas não com o coração. Sua mente está cativa à necessidade do Reino, mas não ao Rei do reino. Que proveito há em fazer pro Rei e não ser dele?

ii. QUATRO ARGUMENTOS: provas de que a fé sem obras é morta – v.15-25;

  1. Falta de atitudes de misericórdia para com irmãos necessitados – v.15-17;

  2. Falta de demonstração exterior, de vida cristã – v.18;

  3. Falta de obediência aos preceitos de Deus – v.19;

  4. Falta de autenticidade de fé – v.20-25

iii. CONCLUSÃO: as obras são necessárias para o que tem fé, assim como o corpo necessita do espírito para viver – v.26.

  1. Tiago faz uma analogia para provar, definitivamente, seu argumento de que fé sem obras é morta;

  2. O exemplo utilizado é de um defunto (corpo sem vida), que não ouve, não vê, não fala, não respira, não age...;

  3. Tiago, segundo teólogos, é dicotomista quanto à constituição do homem; segundo ele, o homem compõe-se de duas partes: corpo e espírito; uma “material” e outra “imaterial”;

  4. O ponto aqui é o fato de que sem uma das partes, não há vida!

  5. É desta forma que Tiago diz que o crente que tem fé, mas não tem obras é representado: como um corpo sem vida.

  6. Por três vezes, nesta passagem, Tiago disse essa mesma verdade: (v.17) Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta; (v.20) ...a fé sem obras é inoperante (falecido/destituído de vida); e, (v.26) ... assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta;

CONCLUSÃO

  1. Se confessamos com nossos lábios que temos fé no Senhor Jesus Cristo, também precisamos confirmar com nossa vida de que está fé é viva e operante;

  2. Precisamos praticar as boas obras que Deus preparou antes da fundação do mundo, como prova de nossa obediência e fé no Senhor de nossas vidas;

  3. É necessário um olhar atencioso àqueles que estão a nossa volta em necessidade, e, na medida do possível, providenciar que suas necessidades sejam supridas, além de orar para que Deus lhes derrame bençãos e vitórias nesta vida;

  4. Com fé e obras, teremos condições de provar nosso amor e obediência as Deus e amor e compaixão ao seu povo; assim como também, bom testemunho e boa reputação diante dos incrédulos por causa de nosso comportamento;

  5. Precisamos seguir o exemplo de Cristo que foi capaz de não apenas obedecer a Deus ao entregar sua vida pelos pecadores, mas também de demonstrar sua fidelidade e confiança, mesmo quando esteve diante de seus acusadores e daqueles que o condenaram a morte.

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